terça-feira, 10 de julho de 2012

Que Tradução Usar?


Quando nos deparamos com a questão das traduções da Bíblia sempre ouvimos questionamentos, do tipo: “Diante de tantas traduções, que Bíblia devo usar?” Nesse texto vamos procurar compreender a questão no nível da educação infantil, entretanto, posteriormente poderemos ver melhor o assunto entre os adultos.

No ensino infantil a questão da tradução também não é diferente e as vezes fica ainda mais ampla, pois, sabemos que devemos comunicar o evangelho em linguagem simples e acessível as crianças, pois do que adiantaria falarmos, falarmos sem sermos compreendidos por elas?

De fato, temos a consciência, que a semente plantada no coração dos pequeninos do Senhor irá frutificar conforme a soberana vontade de Deus. Contudo, o apóstolo Paulo também tratou de uma questão semelhante, e alegou que preferia falar cinco palavras e ser compreendido, do que usufruir de toda a sua sabedoria e eloqüência e não ser entendido, (1Co 14.19, 1Co 1.17). Apesar da questão no contexto da carta se referir a imaturidade dos Coríntios, o apóstolo descreve que as crianças necessitam de uma linguagem mais simples (1Co 3.1). Diante dessa questão, ainda nos perguntamos: “Que tradução devemos usar no ensino das crianças?”

Primeiro, devemos evitar os dois extremos; o da linguagem culta e elevada demais para as crianças, pois dessa forma falaríamos sem sermos compreendidos, e o da linguagem demasiadamente simplista, o que poderá trazer um grande comodismo na mente da criança, e pode dificultar ou atrapalhar o seu desenvolvimento no futuro quando se deparar com uma melhor tradução das Escrituras.

A segunda questão diz respeito a leitura da Bíblia, pois, temos que incentivar os pequeninos a ler a Palavra de Deus desde a infância, e hoje existe uma grande variedade de Bíblias em linguagem simples para as crianças, por esses dias examinamos umas dez versões diferentes, e observamos que algumas delas além de não trazer uma linguagem apropriada para idades pretendidas, ainda contém acréscimos de detalhes que em alguns casos dão sentidos diferentes ao texto bíblico de fato, sendo quase a semelhança de bíblias temáticas que existem de montão em nossos dias.

   Dessa forma é preciso, comparar bem antes de comprar uma bíblia para seu filho, não compre apenas pelo título ou pelo desenho que tem na capa. Procure conhecer antes o texto que você dará ao seu filho, bem como os Dvds e Cds de músicas infantis. Pois, muitas vezes com eles vêm acompanhados grosseiros erros de interpretação bíblica. Tenha em mente ainda, que as bíblias em linguagem infantil, nem o simples fato de levá-lo a igreja não substituem a sua responsabilidade de ler e ensinar a Palavra de Deus ao seu filho, houve uma época em que muitos pais liam histórias para seus filhos antes de dormir e as bíblias infantis podem ser uma boa ferramente nesse sentido. Você deve ler e orar com eles, contar-lhes os feitos do Senhor e ensiná-los a guardar os seus mandamentos com vida exemplar, o texto é claro, “as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, ao levantar-te.”(Dt 6.7)

Dessa forma você mesmo tem que estudar, “examinar as Escrituras que testificam de Cristo” (Jo 5.39), e assim, poderá identificar os erros do nosso tempo, e ensinar a verdade a seu filho. Acreditamos que as “Bíblias para Crianças” têm sua utilidade e com certeza contribui de alguma forma no crescimento e educação das crianças, e existem muitas que nesse sentido são muito boas. Entretanto, lembre-se que elas constituem “simples paráfrases”, que constitui uma “tradução mais livre”, assim, parafrasear é basicamente, “explicar ou traduzir um texto por meio de uma linguagem mais simples sem, contudo, alterar as idéias originais”, a questão maior relacionada às traduções estão nos equívocos de interpretação.

A última consideração que queremos fazer aqui, está relacionada ao ensino do professor da Escola Dominical. Na igreja não adianta ele ter apenas didática ou metodologias de ensino, mas, o mais importante que isso é ele ter vida piedosa, conhecer e entender corretamente a bíblia, pois, há muitos que têm uma bíblia com uma tradução bem próxima do original, até conhecem um pouco de grego ou hebraico, as línguas em que foi escrita a Bíblia, mesmo assim são pregadores infiéis a Palavra e distorcem o ensino bíblico na hora de expor ou transmitir a Palavra de Deus.

Contudo, se vamos ensinar a Palavra de Deus as crianças, devemos descer ao nível delas. Portanto, é tarefa do professor, preparar a lição apropriadamente e até comparando as traduções, e transformar a mensagem numa linguagem simples e acessível as crianças, sem ser infiel ao sentido real da mensagem, não é tarefa fácil, mais certamente muito gratificante.

Nos seminários presbiterianos, aprendemos algo semelhante, estudamos grego e hebraico, com as suas características. Contudo, na hora de transmitir o evangelho para a igreja levamos a mensagem em linguagem simples de forma que o povo compreenda o ensino de nosso Senhor Jesus, que é puro e simples, como diz o apóstolo Paulo falando da simplicidade do evangelho, ou que há em Cristo (1Co 11.3). E nas próprias palavras do nosso Senhor que diz, “Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele.” (Mc 10.15)

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